terça-feira, 8 de novembro de 2016

As Duas Esposas da Lua

Hoje em dia os africanos vem ao Brasil e outros países americanos para trabalhar, estudar, viverem ou apenas como turistas. Muito diferente de pouco mais de um século atrás, quando eram negociados como escravos e a travessia do Atlântico não tinha a possibilidade de lhes ser agradável. Naquela época, moradores de ambos os continentes americano e africano compartilhavam um mito. Nele, a Lua possuía duas esposas. Ao leste a estrela matutina Puikani, nome dado pelos bantos. Quando está com esta esposa, a Lua diminui de tamanho, pois ela não alimenta seu marido Lua, fazendo com que ele emagreça até desaparecer. É aí então que a estrela vespertina Chekechani compartilha o céu com a Lua, alimentando-a até que fique redonda e cheia, retornando para ser consumida mais uma vez por Puikani.
As duas esposas nunca se encontram. Quando a Lua está com uma a outra não aparece, independente de sua fase.

Diversas etnias indígenas pelo Brasil contam mitos semelhantes. Ao etnólogo alemão Theodor Koch-Grunberg, no início do século XX, lhe foi compartilhada uma história mítica sobre a Lua, que veio dos Taurepang, de Rondonia. Kapei, a Lua, tinha duas mulheres. Ambas possuíam o mesmo nome, Kaiuanog. Uma queria racionar a comida do marido, não querendo que ele engordasse, enquanto a outra lhe dá comida em abundância, fazendo com que engorde. A Kaiuanog do leste briga por ciúmes e diz para Kapei se encontrar com a outra mulher, porque estando no oeste ele pode engordar o quanto quiser. E assim as duas se tornaram rivais, jamais se aproximando uma da outra.






Fontes:

http://staff.on.br/maia/app2_hp/Astronomia_afro-indigena.pdf


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