quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Cientistas detectam vestígios de colisão entre planetas


SÃO PAULO - Dois planetas semelhantes à, em órbita de uma estrela parecida com o Sol, a cerca de 300 anos-luz, sofreram uma violenta colisão em tempos recentes, dizem astrônomos americanos em artigo que será publicado na edição de dezembro do Astrophysical Journal.

"É como se a Terra e Vênus tivessem colidido um com o outro", disse um dos autores do trabalho, Benjamin Zuckerman, da Universidade da Califórnia, Los Angeles. "Astrônomos nunca tinham visto algo assim antes. Aparentemente, granedes colisões catastróficas podem ocorrer em sistema s solares maduros".

"Se houvesse algo em qualquer um dos planetas, a colisão maciça teria varrido tudo em questão de minutos... a extinção definitiva", diz o co-autor Gregory Henry, da Universidade estadual do Tennessee. "Um disco de poeira emissora de raios infravermelhos ao redor da estrela é a testemunha silenciosa do evento".


Zuckerman, Henry and Michael Muno, um astrônomo que na época da pesquisa atuava no Instituto de Tecnologia da Califórnia, estavam estudando a estrela BD+20 307, cercada por uma quantidade de poeira 1 milhão de vezes maior que a circunda o Sol.

"Esperávamos ver que BD+20 307 era uma estrela jovem, com poucos milhões de anos, e a poeira marcaria os estágios finais da formação do sistema planetário", disse Muno.

Essas expectativas se frustraram, no entanto, quando a astrônoma Alycia Weinberger anunciou que BD+20 307 era uma estrela binária - duas estrelas girando em torno de um centro comum.

Novos dados revelaram que as estrelas que compõem o par são muito semelhantes em tamanho, composição e massa ao Sol. Os cientistas explicam que a colisão entre os planetas não foi observada diretamente, mas deduzida a partir da idade das estrelas e do fato de a nuvem de poeira estar a uma distância do par semelhante á que separa o Sol da Terra e Vênus. Se a hipótese estiver correta, esse também representa o primeiro sinal de planetas em torno de uma estrela binária.

Os pesquisadores envolvidos no estudo lembram que simulações da estabilidade do Sistema Solar não descartam a possibilidade de uma colisão de Mercúrio com a Terra ou Vênus, numa escala de bilhões de anos.

Zuckerman lembra que a teoria predominante para a origem da Lua envolve a colisão da Terra com uma massa planetária no passado.

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