segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Os Longínquos Planetas Anões: MakeMake


Imagem conceitual: NASA, ESA, e A. Parker (Southwest Research Institute)


A cada 310 anos terrestres a ainda pouco estudada rocha errante completa uma volta em torno do Sol, cobrindo uma região chamada de Cinturão de Kuiper, sendo catalogado como um objeto transnetuniano. Os cientistas acreditam que Makemake seja pouco menor que Plutão.

Juntamente com Eris, a descoberta de MakeMake ajudou a impulsionar a União Internacional Astronômica à criação da nova categoria de planetas às quais pertencem ambos os novos astros.

Sua atmosfera é constituída predominantemente de metano congelado, que segundo Michael Brown, membro do time de descobridores de Makemake, disse que apesar de cientificamente interessante, o fato não ajudou a escolher um nome. Após o bloqueio momentâneo de idéias, pensou na ilha de páscoa, nos Rapa Nui e seu deus da fertilidade. Problema resolvido.

Uma lua foi observada pelo telescópio Hubble em abril de 2015 e anunciada em 2016 no mesmo mês. Possui 160 km de diâmetro e orbita Makemake a 20.920 km de distância. As imagens sugerem que o satélite é escuro como carvão, em contrapartida de seu companheiro maior, que é bastante luminoso. A explicação seria pela gravidade baixa e logo não conseguiria manter uma superfície com gelo para refletir a luz solar.

Imagem: NASA, ESA, e A. Parker e M. Buie (SwRI)

Fontes:

http://www.nasa.gov/feature/goddard/2016/hubble-discovers-moon-orbiting-the-dwarf-planet-makemake

http://solarsystem.nasa.gov/planets/makemake/indepth

acesso em 31/10/2016

sábado, 29 de outubro de 2016

Os Longínquos Planetas Anões: Plutão e Seu Novo Horizonte

Quando se pensava nas melhores imagens já tiradas de Plutão antes da missão New Horizons era como olhar marte em um telescópio refrator de qualidade duvidosa. Tudo mudou quando a aproximação orbital para o outrora nono planeta chegava. Os primeiros dados e, claro, as primeiras imagens, ainda que de baixa resolução, chegaram revelando uma ausência de novos satélites orbitando o mais famoso dos planetas anões. Com os dados seguintes e as fotos em alta resolução o pequeno rochoso não parecia mais tão distante. Sua superfície nos fora revelada. Sua fina atmosfera é azulada. Há montanhas de até 3.500 metros de altura, planícies congeladas e terrenos acidentados cortados pelo que provavelmente são geleiras.

Imagem: JPL/NASA

A imagem possui 1.250 km de largura e foi tirada a 18.000 km de distância.






Fontes:

http://solarsystem.nasa.gov/planets/pluto/indepth
http://www.nasa.gov/feature/new-horizons-returns-last-bits-of-2015-flyby-data-to-earth

acesso em 29/10/2016

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Os Longínquos Planetas Anões: Haumea

Imagem: snowfall the cat
Um peculiar objeto transnetuniano gira em torno de si a cada 4 horas, o que possivelmente cause sua aparência ovalada (figura). Sua superfície gélida contrasta com a acalorada disputa pelo crédito de da descoberta do primeiro planeta anão desde plutão em 1930 e o privilégio de seu batismo. Michael E. Brown e Jose luis Ortiz dividem o descobrimento (não segundo a NASA), mas o nome partiu da equipe de Brown no Caltech por motivos não esclarecidos pela IAU.
Seu diâmetro é comparável ao de Plutão e sua mancha avermelhada o faz lembrar de Marte. Este plutoniano também é rochoso e possui dois satélites, que se acredita terem surgido de uma massiva colisão há bilhões de anos além de, possivelmente, ter iniciado sua rápida rotação.

Dados Técnicos

Tamanho:*
1.960 x 1.518 x 996 km
[0,11 x Tamanho da Terra]

Semieixo maior orbital:
(Distância média do Sol)
43.335 AU
(Terra = 1 AU)
Massa:
4,2 x 1021 quilogramas
(0,0007 x Massa da Terra)

Excentricidade orbital:
0,18874
Densidade:
2.600-3.300 kg/m3
(0,47-0,60 x Densidade da Terra)

Distância máxima do Sol:
51,526 AU
( 7,708 bilhões km)

Gravidade na Superfície:


0,44 m/s2
(0,045 x Gravidade da Terra)



Distância mínima do sol:


35,164 AU
( 5,260 bilhões km )
Temperatura de superfície:
32 K
( -241° C)

Distância Mínima da Terra:
34,147 AU
( 5,108 bilhões km )
Inclinação do eixo:
desconhecida

Inclinação orbital:

28,19°
Período Rotacional sobre Eixo:
(Duração do dia de Haumea)
3 hrs 55 min

Período de Revolução sobre o Sol:
(Duração do ano de  Haumea)
285,4 anos



Satélites:
2 conhecidos


Tabela: http://www.windows2universe.org/our_solar_system/dwarf_planets/haumea_statistics.html


Imagem: 
NASA/JHUAPL/SwRI/Alex Parker







segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Cinturão de Kuiper: Um Local de Caça


É madrugada de inverno. Está na hora de caçar. Através da lente da luneta faz um ajuste. O local e a distância são incertos, porém sua dimensão, massa e magnitude são aproximadamente conhecidas. Isso, caso ele exista. A possibilidade de um encontro visual acelera o pulso do caçador. O computador está com o software conectado à câmera no telescópio. A cafeteira cessa seu ruído. A fonte de estimulante está pronta. O caçador agarra uma coberta, abre uma página aleatória de um livro de contos e se acomoda em uma poltrona.


O pequeno observatório fora construído em uma pequena propriedade adquirida há 2 anos. O falecimento da esposa não ajudou, mas seus filhos sim. O incentivo foi acalorante, reacendendo sua chama de caçador de errantes. Não se sentia mais sozinho, todos estavam com ele.

Algumas noites depois de reiniciar sua jornada, o caçador sucumbiu. Câncer era sua constelação predileta quando observava o céu em sua infância, sem saber da ironia que o futuro reservava. Seus herdeiros prometeram continuar a jornada do caçador, usando sua queda para unir os discípulos.

1000 UA longe do pequeno observatório um corpo gélido de -226 ºC de tamanho comparável ao dos gigantes gasosos do sistema solar se move lentamente em sua viagem elíptica ao redor do sol de pouco mais de 10 mil anos. A escuridão está a seu favor, a estrela mais próxima é fracamente refletida, resultando em uma magnitude de +25 na escala astronômica.




    Imagem: https://pjmedia.com/vodkapundit/2016/01/20/the-ninth-planet-redux/
 
Fonte:

http://www.bbc.co.uk/newsbeat/article/35996096/planet-9-is-not-going-to-kill-us
http://earthsky.org/space/evidence-9th-planet-dps-october-2016
http://phys.org/news/2016-08-ninth-planet-reveals-extremely-distant.html

Os Longínquos Planetas Anões: Éris




A descoberta feita pelo astrônomo Michael E. Brown, batizado pela deusa grega do conflito deu início ao que acabou culminando no rebaixamento de Plutão com a nova classificação de planetas. Brown calculou que a massa de Eris é 27 por cento mais massiva que a de Plutão, somando-se ao aferimento de que seu diâmetro era pouco maior que o de Plutão, 2330 e 2329 km respectivamente.

A órbita completa de Eris ao redor do sol dura 557 anos terrestres. Órbita essa, cuja trajetória se distingue do plano imaginário em que estão as órbitas dos planetas, se estendendo muito além do cinturão de kuiper, local de detritos congelados além da órbita de Netuno. Todos os asteroides do cinturão de asteriodes (entre as órbitas de Marte e Júpiter) cabem dentro de Eris que, no entanto, assim como Plutão é menor que a Lua da Terra. Possui um satélite chamado Dysnomia.



Informações técnicas: 

Descoberta
Data: 21/out/2003
Descoberto por: M. E. Brown, C. A. Trujillo e D. Rabinowitz

Tamanho Orbital em Torno do Sol
Medida: 10.180.122.852 km

Velocidade Orbital Média
Medida: 12.364 km/h

Excentricidade Orbital
0,433628367

Período de Rotação Sideral
1,079 dias terrestres
25,90000 horas



Fonte: NASA acessado em 19/out/2016

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Plutão e a Batalha dos Planetas

Para reinaugurar este blog, pretendo iniciar uma série de artigos básicos sobre o sistema solar. De início, para tirar a poeira encrustada na sessão projetos congelados apenas uma breve menção aos outrora polêmicos planetas anões.

Existe uma batalha interplanetária sendo travada neste momento, mas a Terra, por hora, está livre dela. É uma batalha que não altera como, o quê ou porquê os planetas orbitam outros planetas, estrelas e qualquer outro corpo celeste. Também não há nem haverá mudança de pressão atmosférica ou de sua composição. Essa batalha é decidida no campo das idéias. Mais especificamente a respeito da classificação destes corpos baseado em regras que embora estabelecidas, ainda estão abertas a esclarecimentos e alterações, assim como qualquer área da ciência.

Plutão, o mais famoso dos planetas anões, não foi o primeiro planeta a ser reclassificado. Ceres, o maior objeto situado no cinturão de asteroides (entre as órbitas de Marte e Júpiter) já "sofrera" destino parecido com de seu agora companheiro de classificação. Quando em Janeiro de 1801 na cidade de Palermo, o italiano Giuseppe Piazzi descobriu Ceres, este fora posto entre planetas. Cinco décadas mais tarde, após vários corpos celestes serem avistados com órbitas semelhantes, inaugurou a prateleira dos asteroides onde permaneceu até 2006, após a nova classificação de planetas anões ser estabelecida. Fora também o primeiro planeta anão a ser visitado. A missão Dawn levou a esse primeiro contato quando se aproximou de sua órbita em 2015.


Imagem: spaceplace.nasa


Até 20 de outubro de 2016, segundo Mike Brown haviam:

  • 10 objetos que certamente são planetas anões,
  • 30 objetos que quase certamente são planetas anões,
  • 75 objetos que parecem ser planetas anões,
  • 147 objetos que provavelmente são planetas anões e
  • 695 objetos que possivelmente são planetas anões.


Um planeta anão não é muito diferente de um planeta comum, pois ambos circulam ao redor do sol e possuem massa e força gravitacional suficiente para possuírem corpos esféricos, diferente dos asteroides. Outros corpos com a mesma classificação detectados são Haumea, Makemake e Eris. Nas figuras pode-se ter uma idéia da escala desses objetos.


Fonte: NASA acessado em 19/out/2016