quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Sol pode viajar pela Via Láctea

Jornal do Brasil

NOVA YORK - A antiga teoria de que as estrelas migram é sustentada num novo estudo publicado na revista Astrophysical. Segundo a pesquisa, cerca da metade das estrelas em nossa vizinhança celestial podem ter viajado longas distâncias pela Via Láctea, e o Sol pode ser uma delas.

Em simulações computadorizadas de uma galáxia hipotética semelhante à Via Láctea, em prazo de 10 bilhões de anos, o diretor científico do estudo, Rok Roskar, constatou que, sob as condições corretas, um braço em espiral da galáxia poderia arremessar uma estrela a uma órbita circular mais ou menos ampla.

– As pessoas presumem que assim que uma estrela se forma no interior de um disco galáctico, ela se mantém em órbita mais ou menos fixa em torno de sua galáxia. A realidade pode ser bem mais complicada e interessante que isso – afirmou Roskar, estudante de pós-graduação em astronomia na Universidade de Washington, em Seattle.

A simulação, que demandou mais de 100 mil horas de uso de computador, sustenta a teoria de que as estrelas migram, uma idéia já antes sugerida, segundo Roskar.

– As estrelas podem se mover na direção do centro da galáxia ou para a periferia, enquanto mantêm uma órbita circular.

E existe uma chance de 50% de que o nosso Sol tenha feito isso, de acordo com a simulação. A pesquisa também sugeriu que cerca da metade das estrelas em um raio de 130 anos-luz de nosso Sol fizeram viagens galácticas como essas.

As estrelas são feitas de metais pesados e materiais que elas extraem de seu ambiente ao nascer. O conhecimento convencional dispõe que os ingredientes das estrelas – medidas por espectrógrafos ou análise cromática – nos informam sobre a região galáctica onde uma estrela foi formada.

Mas caso as constatações da equipe de Roskar sejam verdadeiras, as estrelas não necessariamente se originariam no local em que foram observadas, o que tornaria difícil a análise de regiões galácticas com base na composição dos astros. Para Roskar, as constatações “oferecem uma explicação interessante” para a variação em composição química de estrelas.

O astrônomo da Universidade Rutgers, em Nova Jersey, Jerry Sellwood, que estudou a migração de estrelas, afirma que os resultados de Roskar ajudam a deitar luz sobre aspectos anteriormente intrigantes.

– Esse é um trabalho que altera algumas de nossas idéias básicas sobre como podemos compreender a história da Via Láctea, com base no estudo daquilo que vemos hoje.

[00:31] - 01/10/2008

Cientistas detectam vestígios de colisão entre planetas


SÃO PAULO - Dois planetas semelhantes à, em órbita de uma estrela parecida com o Sol, a cerca de 300 anos-luz, sofreram uma violenta colisão em tempos recentes, dizem astrônomos americanos em artigo que será publicado na edição de dezembro do Astrophysical Journal.

"É como se a Terra e Vênus tivessem colidido um com o outro", disse um dos autores do trabalho, Benjamin Zuckerman, da Universidade da Califórnia, Los Angeles. "Astrônomos nunca tinham visto algo assim antes. Aparentemente, granedes colisões catastróficas podem ocorrer em sistema s solares maduros".

"Se houvesse algo em qualquer um dos planetas, a colisão maciça teria varrido tudo em questão de minutos... a extinção definitiva", diz o co-autor Gregory Henry, da Universidade estadual do Tennessee. "Um disco de poeira emissora de raios infravermelhos ao redor da estrela é a testemunha silenciosa do evento".


Zuckerman, Henry and Michael Muno, um astrônomo que na época da pesquisa atuava no Instituto de Tecnologia da Califórnia, estavam estudando a estrela BD+20 307, cercada por uma quantidade de poeira 1 milhão de vezes maior que a circunda o Sol.

"Esperávamos ver que BD+20 307 era uma estrela jovem, com poucos milhões de anos, e a poeira marcaria os estágios finais da formação do sistema planetário", disse Muno.

Essas expectativas se frustraram, no entanto, quando a astrônoma Alycia Weinberger anunciou que BD+20 307 era uma estrela binária - duas estrelas girando em torno de um centro comum.

Novos dados revelaram que as estrelas que compõem o par são muito semelhantes em tamanho, composição e massa ao Sol. Os cientistas explicam que a colisão entre os planetas não foi observada diretamente, mas deduzida a partir da idade das estrelas e do fato de a nuvem de poeira estar a uma distância do par semelhante á que separa o Sol da Terra e Vênus. Se a hipótese estiver correta, esse também representa o primeiro sinal de planetas em torno de uma estrela binária.

Os pesquisadores envolvidos no estudo lembram que simulações da estabilidade do Sistema Solar não descartam a possibilidade de uma colisão de Mercúrio com a Terra ou Vênus, numa escala de bilhões de anos.

Zuckerman lembra que a teoria predominante para a origem da Lua envolve a colisão da Terra com uma massa planetária no passado.

CIENTISTA BRASILEIRA É PREMIADA NA ITÁLIA POR ESTUDO SOBRE AS ESTRELAS

TRIESTE, 29 SET (ANSA) - A astrofísica brasileira Beatriz Barbury, professora titular do Instituto de Astronomia e Geofísica da Universidade de São Paulo, recebeu o prêmio "Triste Science Prize", instituído pela Academia de Ciência para os Países em Desenvolvimento (TWAS) e a empresa de café Illycaffé.
O prêmio, que foi entregue hoje na cidade italiana de Trieste, é de US$ 100 mil e está destinado aos cientistas que vivem e trabalham no hemisfério sul.
Beatriz Barbuy, foi premiada por sua contribuição nos estudos da evolução da composição química das estrelas.
Outro cientista premiado foi o engenheiro indiano Roddan Narasimba, presidente do Engineering Mechanics Unit no Jawaharlal Nehru Centre for Advanced Scientific Research, em Bangalore.
Narasimba recebeu o prêmio por sua contribuição nas pesquisas sobre os efeitos da turbulência na tecnologia aeroespacial e nas ciências atmosféricas. (ANSA)

29/09/2008 12:58